10.9.10

Satisfações

O blog anda um pouco muito parado. Isso deve-se a minha falta de tempo, como também à minha vida chatinha.
Meu coração, coitado, está mais parecendo uma pedra de mármore, tamanha a frieza e falta de sentimentos.
Espero que em breve ele volte a pulsar tão forte quanto outrora, nem que seja por segundos, ou frações de segundos, mas que seja tempo suficiente pra que eu me sinta, no mínimo, uma louca perturbada e desequilibrada que acabou de encontrar seu mais novo único e verdadeiro grande amor. 
Enquanto isso não acontece, deixo vocês com um delicioso texto chamado 'O Sal' de Luciana Elaiuy:


"Saiu para comprar sal. Nem sempre a doce vida é a melhor vida. Doce enjoa. O Sal dá sede. Sal deixa a gente vivo. Ele saiu para comprar sal. Deixou a casa acesa. A luz em cima da mesa. A busca é sempre a mesma: levar o sal pra casa, tempero de uma risada, graça até pro copo d´água, mas a sede é sempre vesga.
Ele cruzou esquinas, cruzou os dedos, mal sabia. O sal era a ausência que ele deixava quando saía, era o frio de estar sozinho, o sal era só até a esquina, era ela sentir a falta um pouquinho. E ela sentiu. Por isso temperou os planos pro futuro com têmporas tensas e empolgadas. Visões um tanto salgadas, mão molhada, ela sob a luz daquela mesa. Esfomeada. Esperou. Mais um tanto de espera, mais um tanto de espera, mais um tanto de espera, mais um tanto de espera: ele não voltou. Pesou demais a mão no tempo e o tempero dessalgou. Ela escreveu na geladeira “o sal acabou”. E saiu pra comprar um doce, mas a busca é sempre por amor."


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